Alfredo Volpi
Alfredo Volpi (1896 – 1988)
Nascido em Lucca – Itália, foi um pintor ítalo-brasileiro considerado pela crítica como um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo. Uma das características de suas obras são as bandeirinhas e os casarios.
Autodidata, começou a pintar em 1911, executando murais decorativos. Em seguida, trabalhou com óleo sobre madeira, consagrando-se como mestre utilizador de têmpera sobre tela.
Grande colorista, explorou através das formas, composições magníficas, de grande impacto visual. Em conjunto com Arcangelo Ianelli e Aldir Mendes de Souza formou uma tríade de exímios coloristas, foco de livro denominado 3 Coloristas, escrito por Alberto Beuttenmüller (Ed. IOB, julho de 1989).
Trabalhou também como pintor-decorador em residências da sociedade paulista da época, executando trabalho de decoração artística em paredes e murais. Realizou a primeira exposição individual aos 48 anos de idade.
Na década de 1930 passa a fazer parte do Grupo Santa Helena com vários artistas como Mário Zanini e Francisco Rebolo. Em 1936, participa da formação do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo e integra, em 1937, a Família Artística Paulista – FAP. Em 1940, ganha o concurso promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, com trabalhos realizados com base nos monumentos das cidades de São Miguel e Embu. Realiza trabalhos para a Osirarte, empresa de azulejaria criada em 1940, por Rossi Osir. Sua primeira exposição individual ocorre em São Paulo, em 1944. Em 1950, viaja para a Europa acompanhado de Rossi Osir e Mario Zanini
Na década de 1950 evoluiu para o abstracionismo geométrico, de que é exemplo a série de bandeiras e mastros de festas juninas. Recebeu o prêmio de melhor pintor nacional na segunda Bienal de São Paulo, em 1953. Participou da primeira Exposição de Arte Concreta, em 1956.
Pertenceu ao Grupo Santa Helena, assim chamado porque todos os participantes desse grupo tinham seu local de trabalho no palacete do mesmo nome, situado na Praça da Sé, em São Paulo. Faziam parte do Grupo Santa Helena os seguintes pintores: Aldo Bonadei, Mário Zanini, Clóvis Graciano, Fúlvio Penacchi, Raphael Galvez e outros.
Exerce vários ofícios, inclusive o de decorador de interiores.
É convidado a participar, em 1956 e 1957, das Exposições Nacionais de Arte Concreta e mantém contato com artistas e poetas do grupo concreto. Recebe o prêmio Aquisição na Bienal de Veneza (1952), Melhor Pintor Nacional da Bienal Internacional de São Paulo (1953), dividido com Di Cavalcanti; o prêmio Guggenheim (1958); Melhor Pintor Brasileiro pela crítica de arte do Rio de Janeiro (1962 e 1966), Melhor Pintor Nacional no Panorama da Arte Brasileira MAM – SP (1970), entre outros.
- início de sua produção é naturalista de formas e cores, de forma impressionista/expressionista.
- na década de 50 aos poucos vai substituindo a tinta a óleo pela têmpera.
- sempre foi seduzido pela Arte dos primitivos e de Giotto (que pintava afrescos) na década de 50 inicia sua fase construtiva, que compreende um período estático com fachadas e casas abstratizadas, até chegar na década de 60 aos grandes esquemas óticos e vibráteis, das bandeirinhas, mastros com fitas, construções puramente cromáticas
- Simplicidade das formas
- Sentimento nacionalista/ modernista
- Formas bem estruturadas e limpas
- Chega a esquemas elementares: fachadas limpas (ao invés de arabescos sinuosos), bidimensionalidade, imaterialidade da têmpera (ao invés da densidade do óleo).